terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

As curas de Waldo Motta, segundo Fabio Freire

Sempre evito falar desses assuntos. Agora, não dá mais para abafar o babado. O meu discípulo Fabio Freire lançou o seu próprio livro de poesias, cujo título é, exatamente, poesia, em janeiro, 12, e eu incentivei-o a criar um blog e ele publicou, logo de cara, no blog dele, o texto A cura. Ai de mim! Muitos dirão: agora virou curandeiro, taumaturgo?


Quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A cura
Por Fabio Freire

A verdade é que trinquei o osso do meu calcanhar direito e não me lembro como, nem a data. Era uma dessas lesões que eu pensava que iria sarar com o tempo; mas não sarou. Caminhava com dificuldade ao ponto de só conseguir pisar com a ponta dos dedos do meu pé lesado, uma dor que causava câimbras em minha perna se a caminhada fosse longa.
Procurei um médico que me radiografou e constatou a lesão no osso trincado, me receitando cataflam, um anti-inflamatório, me orientando que tomasse os vinte comprimidos do remédio de doze em doze horas, e me engessou o pé, me recomendando que, se andasse, usasse muletas.
Por outros problemas de saúde o medicamento me fez mal, fazendo com que eu perdesse alguns quilos, me debilitando o fígado. O gesso não permaneceu dois dias no meu pé, pois me incomodava. Não tomei os dez comprimidos restantes, desistindo do tratamento. E não voltei ao médico por desconfiança da competência da medicina. Também abandonei as muletas.
Andava com dificuldade ao ponto de ter que, por vezes, parar e dar um tempo até que a dor me permitisse continuar a caminhada.
Nestes dias freqüentava assiduamente a casa do poeta Waldo Motta, que testemunhava a minha dificuldade em andar em nossas caminhadas pelo centro da cidade de Vitória. Nesta época, ele, o poeta, morava num morro atrás do corpo de bombeiros no centro da cidade e tínhamos que subir muitos degraus da escadaria que dava acesso à sua casa.
Passaram-se meses e a dor não me cedia o conforto desejado. Cheguei a pensar que a coisa só iria piorar e que ficaria aleijado. Numa dessas caminhadas com o poeta, não conseguindo acompanhá-lo, por várias vezes tive que parar para recuperar-me da dor intensa na lesão. Quando tornamos a sua casa, um simplório cômodo, o meu calcanhar ardia em fogo de dor. Sentei ao chão e pedi cura ao poeta, convencido de que só o poeta Waldo Motta poderia me curar.
Ele me olhou com jeito de piedade e meditou em silêncio por um momento. Em seguida pediu-me que relaxasse e meditasse imaginando o número sete e o signo de peixes.
Não questionei a tarefa e me dediquei com toda a minha fé. Por um momento nada aconteceu, porém, no instante seguinte, extraordinariamente vi a presença dos dois símbolos em minha fronte, e, de olhos fechados, contemplei a visão.
Há um detalhe nesta experiência, simultaneamente à aparição dos símbolos senti um sopro de ar remexer meus cabelos e ouvi um mugido de boi. E pensei tratar-se de mais um símbolo, o do boi sagrado de muitas civilizações. Entre outras significações, o boi é um símbolo “de bondade, de calma e de força pacifica; de capacidade de trabalho e sacrifício, escreve Devoucoux a propósito do boi da visão de Ezequiel e do Apocalipse.” (Dicionário de Símbolos, de Jean Chevalier & Alain Gheerbrant, 17º edição, pg. 137).
Subitamente contemplava a visão dos símbolos. Talvez por querer medir a realidade do que estava experimentando, abri um dos olhos para me certificar de onde me encontrava, e me vi onde estava, no cômodo do poeta. E tornei a fechar o olho... e não existia mais o tempo. Não existia o cômodo do poeta, não existia mais o poeta. Não existia também o objetivo da cura. Nem eu existia. Existia apenas a visão dos símbolos em minha frente. Ou em mim, dentro, não sei.
Maravilhado com a cena, perdi a noção do tempo e do espaço e só admirava o número sete em chamas com o signo de peixes abaixo do numero e também em fogo. O número sete tinha um formato clássico e com o passar do tempo só havia em minha visão o número sete. Lembro-me de sentir o calor de suas chamas, e também de ter orado em agradecimento a Deus, pela experiência que vivia.
Waldo, talvez preocupado ou incomodado com a minha demora, me despertou de minha viagem interior e me perguntou o que ocorreu em minha meditação. Contei-lhe de minha visão. Ele me perguntou o que estava sentindo, respondi que estava sentindo um refrigério no local da lesão. Waldo ficou satisfeito com a minha experiência e me pediu que a repetisse mais três vezes, e logo estaria curado. Três dias depois não senti mais dor nem incômodo algum, podendo, novamente, andar descontraidamente, até os dias de hoje.

Visitem o blog do Fabio Freire, comprem o livro dele e apreciem o seu talento.
http://fabiofreirepoeta.blogspot.com/

Um comentário:

  1. Tive oportunidade de ouvir pessoalmente Fabio Freire me narrar este milagre. O registro dele é mais uma prova das verdades últimas encerradas nos ensinamentos de Waldo Motta! Quem tiver ouvidos para ouvir, que ouça!

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