DAS MUTAÇÕES
Se és mesmo sincero, hás de mover
o Céu, a Terra e as potestades.
Se os mapas não indicam tua rota
nestas águas, apela à estrela íntima.
Dissipa em teu peito e na fronte
o desejo de amar que te oprime.
Em solo do desdém nunca semeies
este sêmen, mas aguarda o teu tempo.
O tigre espere a presa que não sabe
ainda consagrar-se à nobre fome.
A sede acabará achando a fonte
e hás de partilhar os teus prodígios.
Tão mais humilde seja o teu barco
mais longe irás, e até contra a maré.
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