sábado, 7 de janeiro de 2012


ACENORT-RECANTO
poema das 7 letras 


RETORNE O ENTE ARCANO
RETORNE O RETOR
RETORNE O ARCONTE
RETORNE O CANTOR
NO ETERNO RETORNO
À TERRA, À CARNE
E ARRETE E ACERTE
O TORTO
O ROTO
O ERRANTE

RETORNE O CANTOR
ENTOE E CANTE
ENTORNE O TERNO
E ETERNO CANTO
ENCANTE E CONTENTE
A TERRA
CONTENTE E ENCANTE
A CARNE

ATENTA AO CANTOR
ANTENA-TE AO CANTO
ACATA O RETOR
ACATA O ARCONTE
ACATA-O E TENTA
RETORNAR AO RECATO
À ROTA CORRETA
E AO CORRETO ATO

ECOA E ENTOA
RECANTA O CANTO
O TERNO CANTO
O ETERNO CANTO

ARRETA-TE E ATACA O TERROR
ATERRA E ENTERRA-O
NA TERRA
ENCANTA-O

ENTRA E TRANCA-TE NA CARNE
ENTERRA E ENCERRA-TE NA TERRA
CONCENTRA-TE NO CENTRO
NO CERNE
NO
O

ENTOCA-TE NA TOCA
TOCA E RETOCA
O ATRO ANTRO
ORNA O OCO ORCO
TORNA-O E TORNA-TE
TERNO RECANTO

ATRACA-TE À ROCA
ANCORA-TE AO ORCO
ENTRA NO ATRO ANTRO
E ANTE O
RETOR, ARCONTE
E ANTE O
ENTE ARCANO
NO TRONO
NA TORRE
NO CENTRO
NO CERNE
CANTA, CANTA, CANTA
CONTENTA E ENCANTA-O

TORCE-TE, RETORCE-TE
CONTORCE-TE, ARRANCA-TE
ARRANCA-TE À ANCA
ARRANCA-TE À ROCA
ARRANCA-TE À ARCA
ARRANCA AO OCO ORCO
ARRANCA AO ATRO ANTRO
ARRANCA À RETORTA
ARRANCA AO REATOR
ARRANCA
ARRANCA
ARRANCA

(TORNANDO O TÃO
ACRE RANCOR)
CARO & RARO NÉCTAR
RARO & CARO NÁCAR

ENTORNA O OCEANO
ARROTA
O CÂNTARO
NO CANTO

TORNA O CONCRETO, ETÉREO
TORNA O ETÉREO, CONCRETO
E CRÊ NO CONCERTO ETERNO
ENTRE O TORTO E O CERTO E ENTRE
O ROTO E O CORRETO E ENTRE
O ERRO E O ACERTO E ENTRE
O RETO E O ERRANTE

TORNA RETO E CORRETO
O TORTO O ROTO O ERRANTE
RETORNA À ROTA CERTA
ACERTA E RETRATA
O ERRO E A RATA
NA ERRATA
ACERTA A ETERNA CONTA

RETORNA À RÉ, Ó CRENTE
RETORNA AO NORTE, Ó ERRANTE

CORRE E RECORRE
À TORRE, AO TRONO
AO ENTE ARCANO
(NA ROCA
NO ORCO
NO OCO)
E ANTE O
RETOR, ARCONTE

TORNA-O E TORNA-TE
TORNA-TE E TORNA-O
(Ó ATOR)

CARA E COROA
COROA E CARA
RÉ E CRÉ
CRÉ E RÉ

E ANTE O
ARCANO ENTE
ENCARA-O
COROA-TE
ENTRONA-TE
TORNA-TE
O

TORNA-TE ARCONTE
TORNA-TE RETOR
ENTRONA-TE
COROA-TE
Ó ATOR
(TEATRO É TEATRO)
ENCONTRA-TE
ENCONTRA-O

Ó ATOR
ORA E REATA
REATA O CONCERTO
REATA A CORRENTE

ENTRE O TORTO E O CERTO E ENTRE
O ROTO E O CORRETO E ENTRE
O ERRO E O ACERTO E ENTRE
O RETO E O ERRANTE

TORNA RETO E CORRETO
O TORTO O ROTO O ERRANTE
RETORNA À ROTA CERTA
ACERTA E RETRATA
O ERRO E A RATA
NA ERRATA
ACERTA A ETERNA CONTA

ENTRE O TORTO E O CERTO E ENTRE
O ROTO E O CORRETO E ENTRE
O ERRO E O ACERTO E ENTRE
O RETO E O ERRANTE

ENTRE CARNE E ÉTER
ENTRE TERRA E AR
ENTRE TERRA E ÉTER
ENTRE CARNE E AR

TORNA A TERRA, ETÉREA
TORNA A CARNE, AÉREA

TORNA O ETÉREO, CARNE
TORNA O AÉREO, TERRA

Ó AÉREA TERRA
Ó AÉREA CARNE
Ó ETÉREA TERRA
Ó ETÉREA CARNE






Recanto (poema das sete letras). Vitória : Ímã, 2002

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Este poema foi iniciado em Vitória, Espírito Santo, Brasil, em julho de 1999, e concluído na Villa Waldberta, Feldafing, próximo a Munique, na Alemanha, em novembro de 2001


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Trata-se de meu primeiro poema anagramático, uma das formas do que chamo de poesia quântica ou física das partículas verbais,
e também poesia analgramática, poesia intextinal. É a minha forma de dialogar com a ciência contemporânea e caçoar de seus
paradigmas e objetivos




Um comentário:

  1. Aqui é possível uma melhor assimilação do seu criativo poema, a partir do efeito visual (des)agregador desencadeado por meio da disposição dos versos que me lembram vasos. Simplesmente perfeito!

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