A maioria dos poemas de Terra Sem Mal, meu livro inédito, satiriza as concepções e as buscas, exaustivas e infrutíferas, de um lugar paradisíaco, em todos os tempos e lugares, tomando como referência a filosofia e os mitos de índios brasileiros, mormente os guarani.
Para os nossos indígenas, a Terra sem mal é um lugar acessível, concreto, alcançável pelos seres humanos, nesta vida, neste mundo. Eles acreditam que esse paraíso é, antes de tudo, um lugar de abundância, alegria e paz. A expressão Terra sem mal (em tupi-guarani: ywy marã ey), literalmente, significaria: Terra (ywy) sem (ey) desordem, conflito, guerra, sofrimento, doença (marã). Embora, já no século XVI, tenha sido definida pelo padre Ruiz de Montoya, como: solo não cultivado, intacto. Esse significado de não cultivado, intacto nos remete para os conceitos de intangível, intocável, longínquo, separado, isolado que permeiam as ideias que fazemos do sagrado, de Deus, do Paraíso etc. Em numerosas referências bíblicas ao sagrado, esse é um lugar intocável, exceto para alguns, em certos momentos.
Lugar de fartura, esse paraíso talvez tenha sido associado, por alguns índios, à sexta capitania – o Espírito Santo – que, segundo Pero de Magalhães Gândavo, era a mais fértil de todas, com infinita caça e infinita pesca e a melhor provida de todos os mantimentos da terra. Isso no final do século XVI. No final da década de 1960, um grupo de índios guarani veio parar no Espírito Santo, acreditando estar aqui o suspirado paraíso.
Acredito que esse lugar tão famigerado é o corpo transfigurado por jejuns, dietas, petum, cauim, cânticos, danças, alegria, prazer, festa. Cronistas que escreveram sobre o Descobrimento notaram que, de tempos em tempos, os karaibas (profetas) visitavam as tribos e, nessas ocasiões, promoviam-se rituais em que os participantes entravam em transe e assim tinham uma visão do paraíso e se encontravam com os seus mortos e os espíritos dos ancestrais. Isso nos permite concluir que a Terra sem mal, isto é, o paraíso indígena, é um lugar simbólico, localizado no corpo, nas entranhas, sendo alcançável pela transmutação alquímica de átomos, células e órgãos de nosso corpo, espelho do universo, templo do Deus vivo.
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Poemas diversos de Waldo Motta
Enquanto não sai o meu novo livro Terra Sem Mal, você pode ler poemas de minha autoria, éditos e inéditos, através do link seguinte:
http://www.geocities.ws/waldomottapoeta/poesia/poesia.html
Leia agora um dos poemas de Terra Sem Mal:
MAR DE TANTO SANGUE E FEL
Mar de tanto sangue e fel,
mar amaro, mar cruel,
onde hemos de encontrar
a terra de leite e mel?
Quanto mais os ventos falam
da misteriosa terra,
tanto mais a alma errante
em procurá-la, erra.
Quanto mais perambulamos,
de léu em léu, pela terra,
atrás da terra sem mal,
tanto mais longe iremos
de nosso destino real.
# # #
Neste poema dialogo com, entre outros, Fernando Pessoa, em seu épico & místico Mensagem, vinculando o imaginário edênico dos colonizadores com a filosofia e os mitos indígenas que falam da existência do paraíso terrestre.
http://www.geocities.ws/waldomottapoeta/poesia/poesia.html
Leia agora um dos poemas de Terra Sem Mal:
MAR DE TANTO SANGUE E FEL
Mar de tanto sangue e fel,
mar amaro, mar cruel,
onde hemos de encontrar
a terra de leite e mel?
Quanto mais os ventos falam
da misteriosa terra,
tanto mais a alma errante
em procurá-la, erra.
Quanto mais perambulamos,
de léu em léu, pela terra,
atrás da terra sem mal,
tanto mais longe iremos
de nosso destino real.
# # #
Neste poema dialogo com, entre outros, Fernando Pessoa, em seu épico & místico Mensagem, vinculando o imaginário edênico dos colonizadores com a filosofia e os mitos indígenas que falam da existência do paraíso terrestre.
domingo, 28 de novembro de 2010
A Peste e o Teatro Alegórico
Recomendações de autoridades sanitárias:
Evite o contato físico com outras pessoas.
Não beije, não aperte a mão, diga olá.
Quisera fazer uma abordagem mais profunda do assunto em pauta. Porém, a necessidade e a urgência me obrigam a não adiar esta postagem. Sendo um arauto da Terra Sem Mal, isto é, o Paraíso terrestre, que parece cada vez mais impossível, dado o grau extremo de deterioração da qualidade de vida, em nível planetário, vou abordar agora este assunto, à luz de minha proposta de teatro alegórico. O assunto é a gripe suína, a aids e outros males da Terra.
Eu desafio a peste. Eu desafio a morte. Eu desafio o mal. Eu desafio a deusa Vênus e suas enganações. Eu desafio o Diabo e suas mentiras. Eu desafio Deus e seus decretos implacáveis.Eu sou Motta, tenho mato e mata em mim, e deveras vim do mato, mito das matas mateenses.Eu sou Waldo, que vem de Wald, em alemão, floresta, bosque. Sigam a via analógica, por favor. Eu sou Edivaldo, o governante, o guia; riqueza, prosperidade.E vejam que sou a Waldelícia do paraíso, sou um Mottagal repleto de bichos e bichices.Assim como o poeta florentino, e como o poeta itabirano, no meio do caminho desta vida, me encontrei em uma selva escura, e vi a cara do capeta, e que o bicho era apenas invenção para isolar e separar o sagrado do contato do poviléu.
E a esfinge disse: ou me decifra ou te devoro. Pois bem, eu desvendei o enigma, e matei a charada; enra bei o capeta, o leão, a onça, o jaguar azul, enfim a monstra guardiã do lugar sagrado. E arrebatei o graal, e libertei o Rei encarcerado. E disse-lhe: Levanta-te, ó Deus, para socorrer os justos e fazer justiça aos que te amam. E ele me escolheu como seu bem amado para anunciar o seu reino, a sua verdade, à luz da qual todos devem andar, para o bem de cada um e o livramento da alma.
Ataquemos a peste! Notei que o nome do vírus da gripe suína H1N1, em numerologia soma 15, que reduz a 6.E há muitos anos atrás, desde que surgiu a AIDS, notei que este nome também somava 15. Pois bem, meu sobrenome MOTTA soma 15. E meu prenome EDIVALDO soma 36, que é 6 vezes 6. A soma de EDIVALDO MOTTA dá 51, ou 15 invertido. Eu disse: 51 é o 15 invertido! Aqui está um grande segredo.
Somando-se os números de 1 até 36, a soma será 666. Portanto, eu posso combater o mal que assola o mundo. Quem conhece a minha poesia, sabe que não estou brincando.No Tarô, a carta 15 representa o Diabo e apresenta um quadro em que este ser imaginário está sobre um cubo ao qual estão aprisionados um homem e uma mulher. A carta 15 simboliza os interesses sexuais, financeiros, assuntos de ordem material. Notem que a carta 6, do Tarô, representa os Namorados, ou o Enamorado, ou a Encruzilhada, e apresenta um homem jovem em atitude dubitativa, meditabunda, na encruzilhada de dois caminhos, guardados por duas mulheres, que alguns intérpretes entendem ser a mãe e a esposa.Por outro lado, em hebraico, 15 é o número do nome secreto de Deus que não pode ser lido ou pronunciado e, por isso, na Torá, este número é escrito de for ma indireta, como 9 mais 6, para evitar o emprego das letr as Yod e Hé, que valem respectivamente 10 e 5, e estão no nome sagrado YHWH, que alguns pronunciam como Javé. E este nome vem de um verbo que significa ser e estar. Aquele ou aquilo que é, que está; que foi, que é, e que será.
Todos sabem que a estrepolia de Adão e Eva é o núcleo ou nó dramático principal de todas as narrativas bíblicas; situação em torno da qual todas as outras orbitam. E dá origem à sucessão de tragédias e farsas da própria História, esta que vivemos (fazemos?) em nossa vida laica, secular. O crítico literário Harold Bloom afirma que a Cabala é uma espécie de misticismo sexual e teologia erótica, opinião que endosso em todos os sentidos.
A repressão sexual e a privação dos saberes ligados ao sagrado (vale dizer: ao sacro) levou o mundo a esta situação deplorável. Em vez de repressão, as pessoas necessitam de informação, esclarecimento, franqueza, verdade. Somente a verdade a respeito do sagrado poderá erigir um mundo novo. Porque a repressão ao sagrado é a origem de todo o mal que existe na Terra. Adorar o sagrado, em seu lugar devido, isto é, o sacro, é o princípio da solução de todos os problemas. Adorar o Deus dos deuses em seu próprio trono é conquistar o paraíso e o reino do Céu. O lugar sagrado é o próprio Céu, a casa da felicidade.
Deuses e senhores mesquinhos, opressores, transformaram o sagrado em algo medonho, aquilo que não pode ser pronunciado, o indizível, o inefável, o sublime, todas essas bobagens. Por outro lado, conforme deduram os próprios dicionários, o sagrado é também o vergonhoso, o infame, o intocável, proibido. Huuuuuummmm!!!Com esses prolegômenos, agora posso dizer o que todos precisam saber. Acabou a era do crescei e multiplicai-vos. Este planeta é muito pequeno e tem gente demais. Já disse alhures e repito: chega de hipocrisia. Não pensem que plantar árvores, salvar tartarugas, baleias e outras sandices vão resolver o problema e livrar o planeta da grande tragédia iminente.A balela do crescimento econômico ilimitado não iludirá mais ninguém. Ao invés de crescer e multiplicar, chegou a hora de diminuir o crescimento e dividir as riquezas, os bens. Todos deveriam pensar seriamente no fato simples e elementar de que somente o crescimento populacional justifica o crescimento econômico...A natureza está reagindo, o meio ambiente está reagindo. E corrigindo os males e estragos causados pela espécie humana. É ridículo demais sermos vítimas de micróbios, bactérias e vírus associados a mosquitos, ratos, chimpanzés, porcos, frangos. É tragicômico saber que o arroto e o peido das vacas é um dos piores vetores do chamado efeito estufa... E tem vacas demais neste planeta, para alimentar e produzir lucros para uma humanidade que não pára de crescer e multiplicar.
Sempre entendi que 666 tem a ver com o excesso, com os excessos da raça humana. Afinal, a humanidade foi criada no sexto dia. E o Apocalipse afirma que o famoso número da besta é um número de homem. O reino da besta é o reino ou império da quantidade, da multiplicação sem fim, da acumulação excessiva, da reprodução desenfreada , da produção insana das indústrias, fábricas etc.
Uma certa passagem bíblica afirma que no processo de depuração da iniqüidade, dois terços da humanidade serão eliminados. Ora, dois terços correspondem a 66,6 por cento. Esta depuração está ocorrendo agora.
Para mim, a Besta do Apocalipse é a humanidade vivendo no plano animal, bestial. Satisfeita com o reino da quantidade. Pois a vida dos animais resume-se a comer, beber, reproduzir e morrer. Não só isso, mas também o poder da ciência, da arte, da política, da economia e até das religiões que negam e desprezam o SAGRADO. Que privam os seres humanos do conhecimento libertário, que impedem ou negam o acesso ao SAGRADO. Como disse Jesus: Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Em numerologia, o número 6 está associado ao planeta e à deusa Vênus, que regem, entre outros, os seguintes assuntos: amor, sexo, casamento, família; relações afetivas, sociais. Assim como a AIDS, a gripe suína está disseminando o medo de contatos, toques, abraços, beijos, relações íntimas e até mesmo um simples aperto de mão.
Assim como o 3 e 9, o número 6 representa o elemento AR, e a patologia numerológica o associa a todas as doenças do sistema respiratório. Todos sabem que as vítimas da AIDS e da gripe suína sucumbem principalmente devido às afecções do sistema respiratório.Observem que o lugar de origem da gripe suína, o México, é uma palavra que tem 6 letras. E o valor numerológico desta palavra, pelos métodos numerológicos usuais, é 33, número este que reduz a 6. Já o propalado lugar da origem da AIDS, isto é, a África, é uma palavra com 6 letras, embora a soma dê outro número.É isso por enquanto. Agora, o escândalo maior: EU POSSO RESOLVER ESTE PROBLEMA!!!Quem não acredita em mim, dane-se. Eu sou o ARLEQUIM DO APOCALIPSE. Eu conheço o ponto fraco, o calcanhar de aquiles do MAL.Contudo, não farei nada em prol de ninguém. A menos que me implorem, e reconheçam todas as injustiças que já cometeram contra mim, simplesmente por falar a VERDADE. E principalmente me paguem, olho por olho, dente por dente, por todo o mal que me causaram. Eu sou a alegoria viva do CU - o lugar sagrado, o centro divino, a casa de Deus. Quem viver verá: no CU está a salvação da humanidade.
Um beijo da BOCA REPELENTE para todos!
Waldo Motta
Evite o contato físico com outras pessoas.
Não beije, não aperte a mão, diga olá.
Quisera fazer uma abordagem mais profunda do assunto em pauta. Porém, a necessidade e a urgência me obrigam a não adiar esta postagem. Sendo um arauto da Terra Sem Mal, isto é, o Paraíso terrestre, que parece cada vez mais impossível, dado o grau extremo de deterioração da qualidade de vida, em nível planetário, vou abordar agora este assunto, à luz de minha proposta de teatro alegórico. O assunto é a gripe suína, a aids e outros males da Terra.
Eu desafio a peste. Eu desafio a morte. Eu desafio o mal. Eu desafio a deusa Vênus e suas enganações. Eu desafio o Diabo e suas mentiras. Eu desafio Deus e seus decretos implacáveis.Eu sou Motta, tenho mato e mata em mim, e deveras vim do mato, mito das matas mateenses.Eu sou Waldo, que vem de Wald, em alemão, floresta, bosque. Sigam a via analógica, por favor. Eu sou Edivaldo, o governante, o guia; riqueza, prosperidade.E vejam que sou a Waldelícia do paraíso, sou um Mottagal repleto de bichos e bichices.Assim como o poeta florentino, e como o poeta itabirano, no meio do caminho desta vida, me encontrei em uma selva escura, e vi a cara do capeta, e que o bicho era apenas invenção para isolar e separar o sagrado do contato do poviléu.
E a esfinge disse: ou me decifra ou te devoro. Pois bem, eu desvendei o enigma, e matei a charada; enra bei o capeta, o leão, a onça, o jaguar azul, enfim a monstra guardiã do lugar sagrado. E arrebatei o graal, e libertei o Rei encarcerado. E disse-lhe: Levanta-te, ó Deus, para socorrer os justos e fazer justiça aos que te amam. E ele me escolheu como seu bem amado para anunciar o seu reino, a sua verdade, à luz da qual todos devem andar, para o bem de cada um e o livramento da alma.
Ataquemos a peste! Notei que o nome do vírus da gripe suína H1N1, em numerologia soma 15, que reduz a 6.E há muitos anos atrás, desde que surgiu a AIDS, notei que este nome também somava 15. Pois bem, meu sobrenome MOTTA soma 15. E meu prenome EDIVALDO soma 36, que é 6 vezes 6. A soma de EDIVALDO MOTTA dá 51, ou 15 invertido. Eu disse: 51 é o 15 invertido! Aqui está um grande segredo.
Somando-se os números de 1 até 36, a soma será 666. Portanto, eu posso combater o mal que assola o mundo. Quem conhece a minha poesia, sabe que não estou brincando.No Tarô, a carta 15 representa o Diabo e apresenta um quadro em que este ser imaginário está sobre um cubo ao qual estão aprisionados um homem e uma mulher. A carta 15 simboliza os interesses sexuais, financeiros, assuntos de ordem material. Notem que a carta 6, do Tarô, representa os Namorados, ou o Enamorado, ou a Encruzilhada, e apresenta um homem jovem em atitude dubitativa, meditabunda, na encruzilhada de dois caminhos, guardados por duas mulheres, que alguns intérpretes entendem ser a mãe e a esposa.Por outro lado, em hebraico, 15 é o número do nome secreto de Deus que não pode ser lido ou pronunciado e, por isso, na Torá, este número é escrito de for ma indireta, como 9 mais 6, para evitar o emprego das letr as Yod e Hé, que valem respectivamente 10 e 5, e estão no nome sagrado YHWH, que alguns pronunciam como Javé. E este nome vem de um verbo que significa ser e estar. Aquele ou aquilo que é, que está; que foi, que é, e que será.
Todos sabem que a estrepolia de Adão e Eva é o núcleo ou nó dramático principal de todas as narrativas bíblicas; situação em torno da qual todas as outras orbitam. E dá origem à sucessão de tragédias e farsas da própria História, esta que vivemos (fazemos?) em nossa vida laica, secular. O crítico literário Harold Bloom afirma que a Cabala é uma espécie de misticismo sexual e teologia erótica, opinião que endosso em todos os sentidos.
A repressão sexual e a privação dos saberes ligados ao sagrado (vale dizer: ao sacro) levou o mundo a esta situação deplorável. Em vez de repressão, as pessoas necessitam de informação, esclarecimento, franqueza, verdade. Somente a verdade a respeito do sagrado poderá erigir um mundo novo. Porque a repressão ao sagrado é a origem de todo o mal que existe na Terra. Adorar o sagrado, em seu lugar devido, isto é, o sacro, é o princípio da solução de todos os problemas. Adorar o Deus dos deuses em seu próprio trono é conquistar o paraíso e o reino do Céu. O lugar sagrado é o próprio Céu, a casa da felicidade.
C é U
Sempre entendi que 666 tem a ver com o excesso, com os excessos da raça humana. Afinal, a humanidade foi criada no sexto dia. E o Apocalipse afirma que o famoso número da besta é um número de homem. O reino da besta é o reino ou império da quantidade, da multiplicação sem fim, da acumulação excessiva, da reprodução desenfreada , da produção insana das indústrias, fábricas etc.
Uma certa passagem bíblica afirma que no processo de depuração da iniqüidade, dois terços da humanidade serão eliminados. Ora, dois terços correspondem a 66,6 por cento. Esta depuração está ocorrendo agora.
Para mim, a Besta do Apocalipse é a humanidade vivendo no plano animal, bestial. Satisfeita com o reino da quantidade. Pois a vida dos animais resume-se a comer, beber, reproduzir e morrer. Não só isso, mas também o poder da ciência, da arte, da política, da economia e até das religiões que negam e desprezam o SAGRADO. Que privam os seres humanos do conhecimento libertário, que impedem ou negam o acesso ao SAGRADO. Como disse Jesus: Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Em numerologia, o número 6 está associado ao planeta e à deusa Vênus, que regem, entre outros, os seguintes assuntos: amor, sexo, casamento, família; relações afetivas, sociais. Assim como a AIDS, a gripe suína está disseminando o medo de contatos, toques, abraços, beijos, relações íntimas e até mesmo um simples aperto de mão.
Assim como o 3 e 9, o número 6 representa o elemento AR, e a patologia numerológica o associa a todas as doenças do sistema respiratório. Todos sabem que as vítimas da AIDS e da gripe suína sucumbem principalmente devido às afecções do sistema respiratório.Observem que o lugar de origem da gripe suína, o México, é uma palavra que tem 6 letras. E o valor numerológico desta palavra, pelos métodos numerológicos usuais, é 33, número este que reduz a 6. Já o propalado lugar da origem da AIDS, isto é, a África, é uma palavra com 6 letras, embora a soma dê outro número.É isso por enquanto. Agora, o escândalo maior: EU POSSO RESOLVER ESTE PROBLEMA!!!Quem não acredita em mim, dane-se. Eu sou o ARLEQUIM DO APOCALIPSE. Eu conheço o ponto fraco, o calcanhar de aquiles do MAL.Contudo, não farei nada em prol de ninguém. A menos que me implorem, e reconheçam todas as injustiças que já cometeram contra mim, simplesmente por falar a VERDADE. E principalmente me paguem, olho por olho, dente por dente, por todo o mal que me causaram. Eu sou a alegoria viva do CU - o lugar sagrado, o centro divino, a casa de Deus. Quem viver verá: no CU está a salvação da humanidade.
Um beijo da BOCA REPELENTE para todos!
Waldo Motta
domingo, 21 de novembro de 2010
Lua Nova em Lua Cheia
Nesta lua nova sete-novembrina,
no alto escuro da noite,
sob o bálsamo da mirra,
enfiawaldei waldedinhos no cu
e um waldanjo me tornei,
agora sou santo e gay.
Bicha alada, empunho a pica waldivina
aos senhores da mentira
e desato as suas amarras.
Voando nas profundezas waldanais,
no triunfo da verdade,
entôo a minha canção:
Resgata, ó Toda-Poderosa Waldeusa,
o teu rebanho de éguas,
cabritas, vacas, veados...
Que os seus animais, de rego arregalado,
deleitem-se no alimento
cru deste pasto sagrado.
FernAnjo Gaspar
no alto escuro da noite,
sob o bálsamo da mirra,
enfiawaldei waldedinhos no cu
e um waldanjo me tornei,
agora sou santo e gay.
Bicha alada, empunho a pica waldivina
aos senhores da mentira
e desato as suas amarras.
Voando nas profundezas waldanais,
no triunfo da verdade,
entôo a minha canção:
Resgata, ó Toda-Poderosa Waldeusa,
o teu rebanho de éguas,
cabritas, vacas, veados...
Que os seus animais, de rego arregalado,
deleitem-se no alimento
cru deste pasto sagrado.
FernAnjo Gaspar
sábado, 13 de novembro de 2010
Waldo < Wald = árvore & floresta de luzes natalinas!
Neste momento de mais uma encenação do teatro alegórico
chamado Natal, em que se celebra o nascimento de uma criança
divina, eu que nasci numa grota no meio do mato, e que sou
matta e matto, chamado Waldo Motta, relembro que Wald, além de
significar governante, dirigente, guia, também é floresta, selva,
bosque, em alemão, e que em hebraico, WLD, é criança. E isso
me faz perceber que este momento é propício à revelação de meu
personagem alegórico no grande teatro do mundo. Além de árvore,
sou agora uma floresta de luzes natalinas!
Inspirado pela idéia da árvore sefirótica dos cabalistas, e em
estudos e reflexões sobre anatomia, e evocando ainda o conceito
de Éden (prazer, delícia) e me incluindo nesta busca pela coisa
perdida e agora reencontrada por mim (eu que sou Waldo), e sem
esquecer a floresta intestinal, onde penetrou o legendário Gilgamesh,
em busca da imortalidade, e da qual o labirinto guardado pelo Minotauro
é uma variação, imagino que o nosso corpo é uma árvore, se visto por
dentro: a coluna vertebral é o caule, ao longo do qual brotam os órgãos...
A alma e o corpo têm as suas estações, ciclos: primavera, verão, outono,
inverno; solstícios, equinócios; dias e noites.
Em meu entender, o Natal é o tempo do renascimento da luz da alma, ou
melhor do florescimento ou talvez frutificação. É um momento de esplendor,
uma epifania! O importante é a metáfora, a alegoria. Não a exatidão
objetiva. De qualquer modo, Natal é isso: o instante do (re) nascimento
da criança divina no âmago de cada um. Não importa em que acreditemos,
temos um Deus adormecido em nós (aliás, cru-ci-fi-ca-do), do qual, por
exemplo, o Cristo histórico é um personagem alegórico (E Jesus tinha
consciência de ser um ator!). Em certos momentos, este Deus adormecido,
crucificado, assassinado por todos (era o povo que gritava: crucificai-o!),
em riba daquele monte, desperta, renasce em cada pecador, assassino.
Isso é Natal. Feliz Natal!.
chamado Natal, em que se celebra o nascimento de uma criança
divina, eu que nasci numa grota no meio do mato, e que sou
matta e matto, chamado Waldo Motta, relembro que Wald, além de
significar governante, dirigente, guia, também é floresta, selva,
bosque, em alemão, e que em hebraico, WLD, é criança. E isso
me faz perceber que este momento é propício à revelação de meu
personagem alegórico no grande teatro do mundo. Além de árvore,
sou agora uma floresta de luzes natalinas!
Inspirado pela idéia da árvore sefirótica dos cabalistas, e em
estudos e reflexões sobre anatomia, e evocando ainda o conceito
de Éden (prazer, delícia) e me incluindo nesta busca pela coisa
perdida e agora reencontrada por mim (eu que sou Waldo), e sem
esquecer a floresta intestinal, onde penetrou o legendário Gilgamesh,
em busca da imortalidade, e da qual o labirinto guardado pelo Minotauro
é uma variação, imagino que o nosso corpo é uma árvore, se visto por
dentro: a coluna vertebral é o caule, ao longo do qual brotam os órgãos...
A alma e o corpo têm as suas estações, ciclos: primavera, verão, outono,
inverno; solstícios, equinócios; dias e noites.
Em meu entender, o Natal é o tempo do renascimento da luz da alma, ou
melhor do florescimento ou talvez frutificação. É um momento de esplendor,
uma epifania! O importante é a metáfora, a alegoria. Não a exatidão
objetiva. De qualquer modo, Natal é isso: o instante do (re) nascimento
da criança divina no âmago de cada um. Não importa em que acreditemos,
temos um Deus adormecido em nós (aliás, cru-ci-fi-ca-do), do qual, por
exemplo, o Cristo histórico é um personagem alegórico (E Jesus tinha
consciência de ser um ator!). Em certos momentos, este Deus adormecido,
crucificado, assassinado por todos (era o povo que gritava: crucificai-o!),
em riba daquele monte, desperta, renasce em cada pecador, assassino.
Isso é Natal. Feliz Natal!.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
domingo, 19 de setembro de 2010
Teatro versus Poesia
Doutor Faustus liga a luz - Teatro - Crítica
Acabei de sair do teatro, e vim correndo para casa, para escrever este texto. Tamanha a minha indignação com a má qualidade do que vi. Fui assistir a leitura dramática da peça Doutor Faustus liga a luz (texto de Gertrude Stein, tradução de Fábio Fonseca de Melo e revisão de Daniel Belquer), na Escola de Teatro e Dança FAFI, e saí de lá decepcionado. O mais chato é que trata-se de um trabalho desenvolvido numa escola de teatro (que pretende ser reconhecida como tal) a partir de uma oficina ministrada por um profissional de renome (Daniel Belquer), artífice de vários labores (diretor teatral, performer, diretor musical, designer sonoro, sonoplasta, músico compositor e arranjador, multiinstrumentista e videomaker). A atuação dos atores e atrizes em geral é muito ruim, embora se perceba que quase todos têm um bom potencial, que foi mal explorado pela direção de Charlaine Rodrigues. Dois atores, que não identifiquei, lêem muito mal. Uma vergonha! Na verdade, o problema maior está na direção. É estranho e desnecessário que os atores e atrizes falem quase todo o tempo num ritmo acelerado, que prejudica a audição das palavras, dos versos (falas) e mata a beleza poética do texto. Em se tratando de poesia, seria necessário que as palavras fossem bem escandidas, articuladas, pronunciadas, enfatizando o ritmo e mesmo as rimas, e tornando mais claro os sentidos, as ideias, através do tom adequado a cada momento. O diálogo entre poesia e teatro foi para a cucuia. A intenção de valorizar a palavra em cena não passou de pretensão. O que vi foi, mais uma vez, o teatro assassinando a poesia, como vem ocorrendo há séculos. A utilização de lanternas e velas poderia ter rendido ótimos efeitos cênicos, se tivesse havido mais cuidado, pesquisa e experimentação. Mas parece que a solução foi arranjada às pressas. Enfim, a iluminação (de Edgard Barbosa) também foi um desastre.
Isto é o que penso. Se alguém discorda dos meus pontos de vista, façamos deste espaço nossa arena, nosso fórum, nossa ágora. E venha discutir comigo.
Waldo Motta
Tels.: (27) 8841 7348
Acabei de sair do teatro, e vim correndo para casa, para escrever este texto. Tamanha a minha indignação com a má qualidade do que vi. Fui assistir a leitura dramática da peça Doutor Faustus liga a luz (texto de Gertrude Stein, tradução de Fábio Fonseca de Melo e revisão de Daniel Belquer), na Escola de Teatro e Dança FAFI, e saí de lá decepcionado. O mais chato é que trata-se de um trabalho desenvolvido numa escola de teatro (que pretende ser reconhecida como tal) a partir de uma oficina ministrada por um profissional de renome (Daniel Belquer), artífice de vários labores (diretor teatral, performer, diretor musical, designer sonoro, sonoplasta, músico compositor e arranjador, multiinstrumentista e videomaker). A atuação dos atores e atrizes em geral é muito ruim, embora se perceba que quase todos têm um bom potencial, que foi mal explorado pela direção de Charlaine Rodrigues. Dois atores, que não identifiquei, lêem muito mal. Uma vergonha! Na verdade, o problema maior está na direção. É estranho e desnecessário que os atores e atrizes falem quase todo o tempo num ritmo acelerado, que prejudica a audição das palavras, dos versos (falas) e mata a beleza poética do texto. Em se tratando de poesia, seria necessário que as palavras fossem bem escandidas, articuladas, pronunciadas, enfatizando o ritmo e mesmo as rimas, e tornando mais claro os sentidos, as ideias, através do tom adequado a cada momento. O diálogo entre poesia e teatro foi para a cucuia. A intenção de valorizar a palavra em cena não passou de pretensão. O que vi foi, mais uma vez, o teatro assassinando a poesia, como vem ocorrendo há séculos. A utilização de lanternas e velas poderia ter rendido ótimos efeitos cênicos, se tivesse havido mais cuidado, pesquisa e experimentação. Mas parece que a solução foi arranjada às pressas. Enfim, a iluminação (de Edgard Barbosa) também foi um desastre.
Isto é o que penso. Se alguém discorda dos meus pontos de vista, façamos deste espaço nossa arena, nosso fórum, nossa ágora. E venha discutir comigo.
Waldo Motta
Tels.: (27) 8841 7348
DAS MUTAÇÕES
Se és mesmo sincero, hás de mover
o Céu, a Terra e as potestades.
Se os mapas não indicam tua rota
nestas águas, apela à estrela íntima.
Dissipa em teu peito e na fronte
o desejo de amar que te oprime.
Em solo do desdém nunca semeies
este sêmen, mas aguarda o teu tempo.
O tigre espere a presa que não sabe
ainda consagrar-se à nobre fome.
A sede acabará achando a fonte
e hás de partilhar os teus prodígios.
Tão mais humilde seja o teu barco
mais longe irás, e até contra a maré.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
ODE À IDA AO ID
“Vexilla regis prodeunt inferni”
cf. Dante
Hás
de
ir
ao
Id
Hás
de
ir
ao
Hades
Hás
de
apegar
-te a
toda e qualquer
merda
neste
mar de
Hás de enfrentar
a nado
o nada
para enfim dar
a Lugarnenhum
Hás de ir ao Id,
hás de ir ao Hades,
apesar de Cérbero
a tudo atento
com seus mil ouvidos
e olhos cibernéticos,
apesar de toda a
hiperinfernália
de ritmos pânicos,
sabores e odores
e cores e sons
alucifeéricos
do Leviatan.
Hás de ir ao Id,
hás de ir ao Hades,
derrotar Satan
e as potestades.
CALIBRE 24
O coração na boca, as pernas trêmulas
e o cuzinho na mão, piso o batente.
Que nem, moela, o meu vulnerável
à flor de mim exposto, isca de cães.
Não obstante,
acredito piamente no homem, sério!,
mas êta racinha à toa, ordinária!
Todo cuidado é pouco, nunca esqueço
das palavras no coldre e a língua no gatilho.
O coração na boca, as pernas trêmulas
e o cuzinho na mão, piso o batente.
Que nem, moela, o meu vulnerável
à flor de mim exposto, isca de cães.
Não obstante,
acredito piamente no homem, sério!,
mas êta racinha à toa, ordinária!
Todo cuidado é pouco, nunca esqueço
das palavras no coldre e a língua no gatilho.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
REFLEXÃO DO PAJÉ
Estrangeiros em nossa própria terra,
sonhamos uma terra fabulosa,
um mundo legendário,
e vagamos sem rumo nesta busca
do mítico país da venturança,
hebreus em eterna travessia
de um mar vermelho de sangue e vergonha,
ponte entre o precário e o supino
- via que nos leva ao divino.
Pobres almas iludidas,
mirrando em transe errático
neste vasto território, à procura
de outra terra nesta terra,
de outro mundo neste mundo
e outra vida nesta vida.
Em busca de outra terra
jamais encontrada,
quantos índios pereceram!
E quantos pobres diabos
ainda zanzam nestas belas plagas,
iludidos por um cruel engodo,
esfíngico mistério,
enigma simbólico, poético
– enfeitiçados por belas metáforas!
Terra sem mal, que tanto almejamos,
mirífico país, sonho que aflige
as nossas almas mais que o pesadelo,
onde te encontraremos?
Nosso Pai Tupã:
Deus do sol, do fogo,
do trovão, do raio,
da chuva, da tempestade,
da justiça, do amor.
Pai dos seres viventes,
nas montanhas do poente
fizeste tua morada,
e reinas sobre as correntes.
Em meio aos tantos cumes
que abundam no ocidente,
ó Senhor de tantos nomes,
onde te encontraremos?
Gorak, Rudá, Sumé,
não desprezeis nossa fé.
Onipotente Tupã,
socorrei vosso xamã.
Yanderu, eu vos suplico,
cessai o nosso suplício;
por favor, dizei-nos logo,
dizei-nos, ó grande Pai,
onde se encontra, afinal,
essa terra que anelamos,
a nossa sonhada terra,
a nossa Terra sem mal?
Meu querido Kwaí,
meu adorável xodó:
não há por que escalar
o alto do Kaparaó
e nem por que burungar
os quintos do cafundó.
Não adianta insistir
nessa andança lelé
do Oiapoque ao Chuí.
Não adianta buscar
qualquer paraíso ou céu
longe ou fora de vós.
Com todo o vosso afã
e com toda a vossa fé,
jamais achareis Tupã,
Gorak, Rudá ou Sumé.
Povos e nações das selvas,
meus filhos, xakyabá,
xavante, kamayurá,
kaygang, kayapó,
pataxó, tupiniquim...
Será que não tem mais fim
essa andança boçal,
essa procura insana,
essa busca literal,
aqui, ali, acolá,
de vossa sonhada terra,
de vossa Terra Sem Mal?
Eis o que vos diz Rudá:
meu querido Kwaí,
chega de andar atrás
do que está atrás de ti.
E assim fala Tupã,
sendo esta a resposta:
as montanhas do poente
acham-se em tuas costas.
Buscais a Terra Sem Mal,
quereis a Terra Sem Mal,
a terra dos ancestrais,
de vossos pais e avós,
o reino celestial
da alegria e da paz?
Buscai-o dentro de vós.
Ó meu caro Kwaí,
solitária é a jornada,
e não há aonde ir.
A Terra Sem Mal que buscas,
o paraíso que sonhas
sempre esteve em ti mesmo,
está em tuas entranhas.
O lugar que tanto almejas
e buscas com tanto afã
encontra-se no poente:
a montanha semovente
é a pátria de Tupã,
e toda procura, além
desse território, é vã.
Eis que te revelo agora
o sacrossanto lugar
onde vivem vossos mortos,
vossos pais, vossos avós,
todos vossos ancestrais
e também os próprios deuses.
É exatamente ali
no cume do ybyty
que produz o tepoty,
no buraco do tumby.
Em riba do apuã,
na lapa do tepitã,
eis o nosso santuário,
eis a tenda do pajé,
eis o templo do xamã.
Que imaginação cotó!
Tende de vós mesmos dó,
poupai o vosso gogó,
não gasteis os mocotós.
Eis aqui a tão sonhada
terra do balacobaco,
terra do borogodó.
YKÓ KUPEPY AKU
YPY YBAKE OÇÓ.
Este é o endereço
do meu eterno mocó:
a cacimba do bozó,
o oco do oritimbó,
a loca do fiofó,
a grutinha do popó,
o orifício do ó.
E de uma vez por todas
deixai de ser tão bocós.
Chega desse qüiproquó!
Chovam graças em toró
sobre quem ame o loló.
Atentai às estações,
ao dia e hora próprios,
à lua da oração,
e ao tempo dos amores.
Refrescando vossos ossos
e refrigerando a carne
com pomadas e ungüentos,
óleos santos e massagens,
e alegrando as entranhas
com danças e cantorias,
e zelos de amor leal,
transmutareis a maldade,
chegareis à divindade,
em vós mesmos achareis
a própria Terra Sem Mal.
Estrangeiros em nossa própria terra,
sonhamos uma terra fabulosa,
um mundo legendário,
e vagamos sem rumo nesta busca
do mítico país da venturança,
hebreus em eterna travessia
de um mar vermelho de sangue e vergonha,
ponte entre o precário e o supino
- via que nos leva ao divino.
Pobres almas iludidas,
mirrando em transe errático
neste vasto território, à procura
de outra terra nesta terra,
de outro mundo neste mundo
e outra vida nesta vida.
Em busca de outra terra
jamais encontrada,
quantos índios pereceram!
E quantos pobres diabos
ainda zanzam nestas belas plagas,
iludidos por um cruel engodo,
esfíngico mistério,
enigma simbólico, poético
– enfeitiçados por belas metáforas!
Terra sem mal, que tanto almejamos,
mirífico país, sonho que aflige
as nossas almas mais que o pesadelo,
onde te encontraremos?
INVOCAÇÃO DE TUPÃ
Nosso Pai Tupã:
Deus do sol, do fogo,
do trovão, do raio,
da chuva, da tempestade,
da justiça, do amor.
Pai dos seres viventes,
nas montanhas do poente
fizeste tua morada,
e reinas sobre as correntes.
Em meio aos tantos cumes
que abundam no ocidente,
ó Senhor de tantos nomes,
onde te encontraremos?
Gorak, Rudá, Sumé,
não desprezeis nossa fé.
Onipotente Tupã,
socorrei vosso xamã.
Yanderu, eu vos suplico,
cessai o nosso suplício;
por favor, dizei-nos logo,
dizei-nos, ó grande Pai,
onde se encontra, afinal,
essa terra que anelamos,
a nossa sonhada terra,
a nossa Terra sem mal?
ASSIM DISSE O TROVÃO
Meu querido Kwaí,
meu adorável xodó:
não há por que escalar
o alto do Kaparaó
e nem por que burungar
os quintos do cafundó.
Não adianta insistir
nessa andança lelé
do Oiapoque ao Chuí.
Não adianta buscar
qualquer paraíso ou céu
longe ou fora de vós.
Com todo o vosso afã
e com toda a vossa fé,
jamais achareis Tupã,
Gorak, Rudá ou Sumé.
Povos e nações das selvas,
meus filhos, xakyabá,
xavante, kamayurá,
kaygang, kayapó,
pataxó, tupiniquim...
Será que não tem mais fim
essa andança boçal,
essa procura insana,
essa busca literal,
aqui, ali, acolá,
de vossa sonhada terra,
de vossa Terra Sem Mal?
Eis o que vos diz Rudá:
meu querido Kwaí,
chega de andar atrás
do que está atrás de ti.
E assim fala Tupã,
sendo esta a resposta:
as montanhas do poente
acham-se em tuas costas.
Buscais a Terra Sem Mal,
quereis a Terra Sem Mal,
a terra dos ancestrais,
de vossos pais e avós,
o reino celestial
da alegria e da paz?
Buscai-o dentro de vós.
Ó meu caro Kwaí,
solitária é a jornada,
e não há aonde ir.
A Terra Sem Mal que buscas,
o paraíso que sonhas
sempre esteve em ti mesmo,
está em tuas entranhas.
O lugar que tanto almejas
e buscas com tanto afã
encontra-se no poente:
a montanha semovente
é a pátria de Tupã,
e toda procura, além
desse território, é vã.
Eis que te revelo agora
o sacrossanto lugar
onde vivem vossos mortos,
vossos pais, vossos avós,
todos vossos ancestrais
e também os próprios deuses.
É exatamente ali
no cume do ybyty
que produz o tepoty,
no buraco do tumby.
Em riba do apuã,
na lapa do tepitã,
eis o nosso santuário,
eis a tenda do pajé,
eis o templo do xamã.
Que imaginação cotó!
Tende de vós mesmos dó,
poupai o vosso gogó,
não gasteis os mocotós.
Eis aqui a tão sonhada
terra do balacobaco,
terra do borogodó.
YKÓ KUPEPY AKU
YPY YBAKE OÇÓ.
Este é o endereço
do meu eterno mocó:
a cacimba do bozó,
o oco do oritimbó,
a loca do fiofó,
a grutinha do popó,
o orifício do ó.
E de uma vez por todas
deixai de ser tão bocós.
Chega desse qüiproquó!
Chovam graças em toró
sobre quem ame o loló.
Atentai às estações,
ao dia e hora próprios,
à lua da oração,
e ao tempo dos amores.
Refrescando vossos ossos
e refrigerando a carne
com pomadas e ungüentos,
óleos santos e massagens,
e alegrando as entranhas
com danças e cantorias,
e zelos de amor leal,
transmutareis a maldade,
chegareis à divindade,
em vós mesmos achareis
a própria Terra Sem Mal.
terça-feira, 27 de abril de 2010
Entrevista a estudante Rebecca Hudson / Universidade Livre de Berlim
(1) Você se vê a si mesmo como poeta dentro de uma certa tradição da poesia brasileira?
A primeira pergunta é interessantíssima, porque já tive, muitas vezes, e ainda tenho, crises de identidade artística. O grande problema é que não me identifico com a maioria dos poetas. Para mim, o papel da poesia é o desvelar a coisa, dizer o que não se diz, ensinar, orientar, ser a mensagem da salvação. É um ponto de vista antiquado. Sou poeta místico, porém escrachado, antimetafórico, apocalíptico, escatológico. Sou profeta. Faço uma poesia que responde às necessidades espirituais de nosso tempo. Vejo os poetas em geral como os "gagos de Babel", imagem terrível e verdadeira de outro poeta místico, Jorge de Lima.
Sou poeta, sim, na acepção mais radical do termo. Mas a minha radicalidade me afasta dos meus pares. Como disse Iumna, sofri o vexame de todas as segregações. É claro que tudo i sso é também tea tro. Teatro alegórico. Cumpro o meu papel no grande teatro do mundo (Calderón de La Barca), da melhor maneira. Isto quer dizer que me considero um poeta verdadeiro, um poeta de verdade, o Poeta da Verdade. Desde Bundo e outros poemas, rasgo os véus simbólicos, arranco a calcinha e a cueca de metáforas, alegorias, arquétipos e que tais, e mostro o que é o inefável, o sublime, o sagrado, a coisa etc. E faço tudo isso experimentando as mais variadas formas artísticas, e todos os registros, estilos, sem preconceito.Assim é que, temática e formalmente, me tornei um poeta diferente no cenário da poesia contemporânea. Ainda citando Iumna: "A alta voltagem da poesia de Valdo Motta foge aos enquadramentos usuais da poesia brasileira."
A maioria dos poetas faz da poesia um fim em si mesma. Para mim, ela é apenas arma, instrumento, um meio para chegar aonde quero: o Deus humano. Não endeuso a poesia e a arte, como o faz a maioria dos poetas e artistas.
Procurei resolver os antagonismos em minha poesia, conciliando o particular e o universal, o pessoal e o social, o superior e o inferior etc., através de um jogo dramático, em que os antagonistas são máscaras do mesmo. "A terra é semelhante e pequenina", diz Fernando Pessoa, e eu procuro a universalidade, os traços comuns, os laços que unem todas as coisas. Isso ocorre principalmente a partir do livro Bundo e outros poemas. Até quando falo de mim, me despersonalizo, como notou Iumna.. Em meus versos muitas vezes perversos subvertem-se os valores e as posições de conceitos e ideias ditos contraditórios, de modo que o nefando se torna a tradução do inefável, o lugar do sublime é o do excremento, o chulo traduz o culto, e se misturam o erudito e o popular. Minha poética é feita de paradoxos, contradições, tapas e beijos entre opostos, transações alquímicas, macumba, putaria, carnaval.
Em meu caso, a relação entre universal e brasileiro (ou regional) se coloca de maneira dramática, complexa. É que o brasileiro/regional se confunde com outras particularidades: ser negro desbotado, de classe pobre, homossexual confesso, místico escrachado, poeta maldito e, ainda por cima, capixaba. A poesia é, por si mesma, uma atividade marginal, entre os gêneros literários. Ser apenas poeta, como é o meu caso, é uma verdadeira loucura. Mas é também um orgulho inimaginável: pois a poesia é a mãe de todas as artes, ciências e religiões.
Creio que os elementos brasileiros e universais em minha poesia estão equilibrados. Pensemos no livro Bundo e outros poemas. O título é uma palavra africana, da língua quimbundo, de onde veio a nossa palavra bunda, que também significa coisa de negro, com sentido algo pejorativo. Contudo, Bundo é uma leitura homoerótica da Bíblia, de mitos de várias culturas, e de fontes as mais diversas e incomuns. Uma cosmovisão anal.
Em Bundo, encontram-se a carnavalização, o deboche, o humor, as contradições, o fervor religioso, o amor à bunda, a mistura de referências de várias culturas ocidentais e orientais (africana, judaico-cristã, hindu, grega, sumeriana, chinesa etc) que metaforiza a miscigenação.
O problema é que nós temos apenas 500 anos de idade, e as nossas raízes culturais se alastram por muitas terras, países, fontes. Que devemos conhecer, pelo menos um pouco, para entender melhor a alma brasileira.
Devo a minha existência, e o que sou e penso, a tudo que existiu antes de mim.
Também entendo que a minha relação com o distante, o remoto, se deve ao fato de eu ter, numerologicamente falando, muitos 9 (nove) em meu mapa; este número por ser o mais alto, significa tudo que é elevado, profundo, distante, longinquo, demorado, extremo. A nona casa zodiacal representa, entre outras coisas, religião, sacerdotes; assuntos internacionais, lugares distantes, tempos remotos etc.Gosto muito de ler sobre culturas antigas, primitivas, seus mitos, costumes, e me interesso por religiões em geral. A ponto de inventar a minha.
Ainda sobre a relação entre regional e universal, tem mais uma coisa: sou capixaba - palavra que significa roça e roceiro, capiau, bocó etc.. Mas os capixabas afirmam que um dos traços mais fortes de nossa identidade - talvez devido à complexa miscigenação que houve por aqui - é o ecumenismo, a universalidade.
Em tudo que leio eu me vejo e vejo olhos que me veem.
Creio que os elementos brasileiros e universais em minha poesia estão equilibrados. Pensemos no livro Bundo e outros poemas. O título é uma palavra africana, da língua quimbundo, de onde veio a nossa palavra bunda, que também significa coisa de negro, com sentido algo pejorativo. Contudo, Bundo é uma leitura homoerótica da Bíblia, de mitos de várias culturas, e de fontes as mais diversas e incomuns. Uma cosmovisão anal.
Em Bundo, encontram-se a carnavalização, o deboche, o humor, as contradições, o fervor religioso, o amor à bunda, a mistura de referências de várias culturas ocidentais e orientais (africana, judaico-cristã, hindu, grega, sumeriana, chinesa etc) que metaforiza a miscigenação.
O problema é que nós temos apenas 500 anos de idade, e as nossas raízes culturais se alastram por muitas terras, países, fontes. Que devemos conhecer, pelo menos um pouco, para entender melhor a alma brasileira.
Devo a minha existência, e o que sou e penso, a tudo que existiu antes de mim.
Também entendo que a minha relação com o distante, o remoto, se deve ao fato de eu ter, numerologicamente falando, muitos 9 (nove) em meu mapa; este número por ser o mais alto, significa tudo que é elevado, profundo, distante, longinquo, demorado, extremo. A nona casa zodiacal representa, entre outras coisas, religião, sacerdotes; assuntos internacionais, lugares distantes, tempos remotos etc.Gosto muito de ler sobre culturas antigas, primitivas, seus mitos, costumes, e me interesso por religiões em geral. A ponto de inventar a minha.
Ainda sobre a relação entre regional e universal, tem mais uma coisa: sou capixaba - palavra que significa roça e roceiro, capiau, bocó etc.. Mas os capixabas afirmam que um dos traços mais fortes de nossa identidade - talvez devido à complexa miscigenação que houve por aqui - é o ecumenismo, a universalidade.
Em tudo que leio eu me vejo e vejo olhos que me veem.
(3) Você pode dizer quais autores (nacionais e do exterior) influenciaram/influenciam sua produção literária?
No final da década de 1970, comecei a fazer teatro amador e gostava de ler quase tudo que a Civilização Brasileira publicava, e me identificava com o discurso e a arte da esquerda, a poesia engajada, um pouco de Ferreira Gullar, o teatro de Brecht, muitas coisas.
Li um pouco de vários dos modernistas, e me identifiquei com Oswald, de quem li poemas, romances e peças, e Mario, Raul Boop, Bandeira. Pode ser que um espírito oswaldiano me acompanhe, nem que seja por afinidade onomástica. Aprendi alguma coisa de arquitetura poética nos poemas de Drummond, a quem devo o mote de alguns dos meus poemas.
Contudo, o poeta que me influenciou mais profundamente talvez seja o numeroso Fernando Pessoa. Um pouco menos Jorge Luis Borges, Rimbaud etc. Entre os contemporâneos, gosto muito da poesia surreal, xamânica e utópica de Piva, e amo a escatologia e a viadagem gozosa/gozante da poesia cultíssima de Glauco. Como se pode ver o meu panteão literário, o meu paideuma é mixuruquinha.
Na vertente mística, gostei muito de São João da Cruz e John Donne, que o grande amigo Amylton de Almeida me recomendou quando percebeu que eu me tornara um místico irrecuperável.
Sem falsos pudores, são os profetas bíblicos os autores de minha predileção.
Fiquei impressionado com a leitura da Epopeia de Gilgamesh, que seria a origem de incontáveis mitos, inclusive bíblicos.
Apesar de toda a influência do mundo literário, deve-se considerar que grande parte de minha bibliografia é um pouco incomum, e inclui leituras de Cabala, astrologia, numerologia, tarô, simbolismo (do corpo, principalmente), mitologia, embriologia, matemática, hebraico, e uma miscelânea surpreendente.
Essa afinidade deve ser bem pensada. Defendo em minhas oficinas que literatura é diálogo de um autor consigo mesmo (afinal, cada um é uma legião de outros), com outros autores e os seus leitores. Costumo adotar, em meus poemas, várias modalidades de diálogo intertextual - paródia, paráfrase, palinódia, colagem, glosa, citações, alusões etc., mas sobretudo o diálogo comigo mesmo. Deve ser frisado que a minha apropriação/abordagem do discurso alheio é geralmente interpretativa, hermenêutica, analítica, filosófica. Principalmente, em se tratando da Bíblia e fontes místicas, mitológicas.
Lembre que faço uma poesia de ideias, conceitos (a logopeia poundiana), que desentranha um sentido homoerótico, anal, de textos bíblicos, de mitos, e de fontes variadas. Em minha poesia ocorre o desnudamento metafórico do sagrado, é um desvelar, é a revelação apocalíptica, escatológica, esperada e temida. Embora predomine a logopeia em Bundo, nos poemas de Waw, há uma farta ocorrência de melopeia (rimas, aliterações, assonâncias, metros, ritmos diversos) e fanopeia (descrições e fabulação imagéticas). De qualquer modo, penso que predomina em toda a minha poesia, antes e depois de Bundo (e principalmente nesse livro), o jogo de ideias, a crítica do pensamento político, social, econômico, religioso, científico, filosófico, artístico. A partir de Bundo e outros poemas, além da crítica, também ofereço a solução.
A PESTE E O TEATRO ALEGÓRICO
A PESTE E O TEATRO ALEGÓRICO
(Waldo Motta)
(Waldo Motta)
Recomendações de autoridades sanitárias:
Evite o contato físico com outras pessoas.
Não beije, não aperte a mão, diga olá.
Quisera fazer uma abordagem mais profunda do assunto em pauta. Porém, a necessidade e a urgência me obrigam a não adiar esta postagem. Sendo um arauto da Terra Sem Mal, isto é, o Paraíso terrestre, que parece cada vez mais impossível, dado o grau extremo de deterioração da qualidade de vida, em nível planetário, vou abordar agora este assunto, à luz de minha proposta de teatro alegórico. O assunto é a gripe suína, a aids e outros males da Terra.
Eu desafio a peste. Eu desafio a morte. Eu desafio o mal. Eu desafio a deusa Vênus e suas enganações. Eu desafio o Diabo e suas mentiras. Eu desafio Deus e seus decretos implacáveis.Eu sou Motta, tenho mato e mata em mim, e deveras vim do mato, mito das matas mateenses.Eu sou Waldo, que vem de Wald, em alemão, floresta, bosque. Sigam a via analógica, por favor. Eu sou Edivaldo, o governante, o guia; riqueza, prosperidade.E vejam que sou a Waldelícia do paraíso, sou um Mottagal repleto de bichos e bichices.Assim como o poeta florentino, e como o poeta itabirano, no meio do caminho desta vida, me encontrei em uma selva escura, e vi a cara do capeta, e que o bicho era apenas invenção para isolar e separar o sagrado do contato do poviléu.
E a esfinge disse: ou me decifra ou te devoro. Pois bem, eu desvendei o enigma, e matei a charada; enra bei o capeta, o leão, a onça, o jaguar azul, enfim a monstra guardiã do lugar sagrado. E arrebatei o graal, e libertei o Rei encarcerado. E disse-lhe: Levanta-te, ó Deus, para socorrer os justos e fazer justiça aos que te amam. E ele me escolheu como seu bem amado para anunciar o seu reino, a sua verdade, à luz da qual todos devem andar, para o bem de cada um e o livramento da alma.
Ataquemos a peste! Notei que o nome do vírus da gripe suína H1N1, em numerologia soma 15, que reduz a 6.E há muitos anos atrás, desde que surgiu a AIDS, notei que este nome também somava 15. Pois bem, meu sobrenome MOTTA soma 15. E meu prenome EDIVALDO soma 36, que é 6 vezes 6. A soma de EDIVALDO MOTTA dá 51, ou 15 invertido. Eu disse: 51 é o 15 invertido! Aqui está um grande segredo.
Somando-se os números de 1 até 36, a soma será 666. Portanto, eu posso combater o mal que assola o mundo. Quem conhece a minha poesia, sabe que não estou brincando.No Tarô, a carta 15 representa o Diabo e apresenta um quadro em que este ser imaginário está sobre um cubo ao qual estão aprisionados um homem e uma mulher. A carta 15 simboliza os interesses sexuais, financeiros, assuntos de ordem material. Notem que a carta 6, do Tarô, representa os Namorados, ou o Enamorado, ou a Encruzilhada, e apresenta um homem jovem em atitude dubitativa, meditabunda, na encruzilhada de dois caminhos, guardados por duas mulheres, que alguns intérpretes entendem ser a mãe e a esposa.Por outro lado, em hebraico, 15 é o número do nome secreto de Deus que não pode ser lido ou pronunciado e, por isso, na Torá, este número é escrito de for ma indireta, como 9 mais 6, para evitar o emprego das letr as Yod e Hé, que valem respectivamente 10 e 5, e estão no nome sagrado YHWH, que alguns pronunciam como Javé. E este nome vem de um verbo que significa ser e estar. Aquele ou aquilo que é, que está; que foi, que é, e que será.
Todos sabem que a estrepolia de Adão e Eva é o núcleo ou nó dramático principal de todas as narrativas bíblicas; situação em torno da qual todas as outras orbitam. E dá origem à sucessão de tragédias e farsas da própria História, esta que vivemos (fazemos?) em nossa vida laica, secular. O crítico literário Harold Bloom afirma que a Cabala é uma espécie de misticismo sexual e teologia erótica, opinião que endosso em todos os sentidos.
A repressão sexual e a privação dos saberes ligados ao sagrado (vale dizer: ao sacro) levou o mundo a esta situação deplorável. Em vez de repressão, as pessoas necessitam de informação, esclarecimento, franqueza, verdade. Somente a verdade a respeito do sagrado poderá erigir um mundo novo. Porque a repressão ao sagrado é a origem de todo o mal que existe na Terra. Adorar o sagrado, em seu lugar devido, isto é, o sacro, é o princípio da solução de todos os problemas. Adorar o Deus dos deuses em seu próprio trono é conquistar o paraíso e o reino do Céu. O lugar sagrado é o próprio Céu, a casa da felicidade.
C é U
Deuses e senhores mesquinhos, opressores, transformaram o sagrado em algo medonho, aquilo que não pode ser pronunciado, o indizível, o inefável, o sublime, todas essas bobagens. Por outro lado, conforme deduram os próprios dicionários, o sagrado é também o vergonhoso, o infame, o intocável, proibido. Huuuuuummmm!!!Com esses prolegômenos, agora posso dizer o que todos precisam saber. Acabou a era do crescei e multiplicai-vos. Este planeta é muito pequeno e tem gente demais. Já disse alhures e repito: chega de hipocrisia. Não pensem que plantar árvores, salvar tartarugas, baleias e outras sandices vão resolver o problema e livrar o planeta da grande tragédia iminente.A balela do crescimento econômico ilimitado não iludirá mais ninguém. Ao invés de crescer e multiplicar, chegou a hora de diminuir o crescimento e dividir as riquezas, os bens. Todos deveriam pensar seriamente no fato simples e elementar de que somente o crescimento populacional justifica o crescimento econômico...A natureza está reagindo, o meio ambiente está reagindo. E corrigindo os males e estragos causados pela espécie humana. É ridículo demais sermos vítimas de micróbios, bactérias e vírus associados a mosquitos, ratos, chipanzés, porcos, frangos. É tragicômico saber que o arroto e o peido das vacas é um dos piores vetores do chamado efeito estufa... E tem vacas demais neste planeta, para alimentar e produzir lucros para uma humanidade que não pára de crescer e multiplicar.
Sempre entendi que 666 tem a ver com o excesso, com os excessos da raça humana. Afinal, a humanidade foi criada no sexto dia. E o Apocalipse afirma que o famoso número da besta é um número de homem. O reino da besta é o reino ou império da quantidade, da multiplicação sem fim, da acumulação excessiva, da reprodução desenfreada, da produção insana das indústrias, fábricas etc.
Uma certa passagem bíblica afirma que no processo de depuração da iniqüidade, dois terços da humanidade serão eliminados. Ora, dois terços correspondem a 66,6 por cento. Esta depuração está ocorrendo agora.
Para mim, a Besta do Apocalipse é a humanidade vivendo no plano animal, bestial. Satisfeita com o reino da quantidade. Pois a vida dos animais resume-se a comer, beber, reproduzir e morrer. Não só isso, mas também o poder da ciência, da arte, da política, da economia e até das religiões que negam e desprezam o SAGRADO. Que privam os seres humanos do conhecimento libertário, que impedem ou negam o acesso ao SAGRADO. Como disse Jesus: Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Em numerologia, o número 6 está associado ao planeta e à deusa Vênus, que regem, entre outros, os seguintes assuntos: amor, sexo, casamento, família; relações afetivas, sociais. Assim como a AIDS, a gripe suína está disseminando o medo de contatos, toques, abraços, beijos, relações íntimas e até mesmo um simples aperto de mão.
Assim como o 3 e 9, o número 6 representa o elemento AR, e a patologia numerológica o associa a todas as doenças do sistema respiratório. Todos sabem que as vítimas da AIDS e da gripe suína sucumbem principalmente devido às afecções do sistema respiratório.Observem que o lugar de origem da gripe suína, o México, é uma palavra que tem 6 letras. E o valor numerológico desta palavra, pelos métodos numerológicos usuais, é 33, número este que reduz a 6. Já o propalado lugar da origem da AIDS, isto é, a África, é uma palavra com 6 letras, embora a soma dê outro número.É isso por e nquanto. Agora, o escândalo maior: EU POSSO RESOLVER ESTE PROBLEMA!!!Quem não acredita em mim, dane-se. Eu sou o ARLEQUIM DO APOCALIPSE. Eu conheço o ponto fraco, o calcanhar de aquiles do MAL.Contudo, não farei nada em prol de ninguém. A menos que me implorem, e reconheçam todas as injustiças que já cometeram contra mim, simplesmente por falar a VERDADE. E principalmente me paguem, olho por olho, dente por dente, por todo o mal que me causaram. Eu sou a alegoria viva do CU - o lugar sagrado, o centro divino, a casa de Deus. Quem viver verá: no CU está a salvação da humanidade.
Um beijo da BOCA REPELENTE para todos!
Waldo Motta
Tels.: (27) 8841 7348 / 3056 0024
domingo, 21 de fevereiro de 2010
JURUPARI*
Em sendo chegado o tempo
de um novo evangelho
e novas revelações
de combate ao mal da terra
e renovação do mundo
Jurupari vem do céu
sem trombetas e sem pompa
para restaurar a terra
e anular-lhe todo o mal
para ensinar outra vez
os preceitos rituais
as regras da convivência
e as normas de conduta
– a justiça e as leis
das regiões siderais
a arte de bem viver
a fórmula da justiça
da alegria e da paz.
Jurupari contristado
viu que o povo sofria
falto de conhecimento
vivendo como animais.
Cheio de aporrinhação
farto de ouvir uis e ais
Jurupari meditou
sobre o seu nome e destino:
boca silente, reticente
que jamais tuge nem muge
que nunca diz chus nem bus
que não diz uste nem aste
cúmplice do mal do mundo.
Isto não quero ser mais.
Jurupari se enfurece
e rasga sem dó nem pena
a plumagem de metáforas
da linguagem angelical
escangalha o figurino
transgride os protocolos
e códigos celestinos
espezinha os floreios
da retórica divina.
Jurupari se revolta
e revoga seus decretos.
Resolve abrir o bico
arreganha a matraca
põe a boca no trombone.
Jurupari vira o jogo:
torna-se o linguarudo
desbocado
boquejante
boquirroto
boquinegro.
Tem puçanga na língua
o uirari das palavras
a mandraca da poesia
o feitiço da verdade
que embevece os justos
e arrebanha os humildes
e enlouquece os ouvintes
e amedronta os boçais.
Jurupari filosofa:
– Esta vida é um buraco
do buraco todos vêm
ao buraco todos vão.
E não escapa ninguém.
Buraco que come
buraco que caga
buraco que vê
buraco que ouve
buraco que fala
buraco que pensa
buraco que anda
buraco que sente
buraco que ama
buraco que sofre
buraco que chora
buraco que sonha...
Tome lengalenga
tome blablablá
tome nhenhenhém.
Jurupari desembucha,
escancara a bocarra,
solta a língua, rasga o verbo,
revela, desvela, esparra.
Clama e proclama
o seu evangelho
conta os segredos
desvenda os mistérios
– desencanta o mal.
Jurupari jurupi
Jurupari jurubi
Jurupari juraci
Jurupari jurucen
jurupuxi juruguera
jurubanga juruboca
Boca interditada
por leis e editais
boca lacrada
por lacres morais
boca selada
por falar demais
boca atarraxada
por conveniências
já não serei mais.
Sendo mister acabar
com a farsa milenar
derrotar a esfinge
matar a charada
decifrar o enigma
decantar o mistério
contar o segredo
quebrar o encanto
vencer o dragão
enganar o diabo
desafiar os deuses
dizer o indizível
com todas as letras,
o alcagüete dedura
a bocaina de Yanderu
o tohu e o bohu
o ninho do surucucu
a caverna de Platão
o buraco do tatu
o vazio dos místicos
o vácuo dos cientistas
o abismo teológico
o nada dos paspalhões
o ocão insofismável
a coisa intangível
a coisa imponderável
a coisa incognoscível
a coisa inefável
a coisa inominável
a coisa abominável
a coisa numinosa
a coisa secreta
a coisa misteriosa
a coisa terrível
a coisa maldita
a coisa vergonhosa
a coisa de Kant e Heidegger
a coisa de Freud e Lacan
a coisa em si
Jurupari desembesta
a falar a coisa a loisa
o treco o trem
o troço a joça
e berra
e ruge
e estruge
o cujo
o nome feio
o nome sujo
a palavrinha
o palavrão
* Poema do livro inédito "Terra Sem Mal"
de um novo evangelho
e novas revelações
de combate ao mal da terra
e renovação do mundo
Jurupari vem do céu
sem trombetas e sem pompa
para restaurar a terra
e anular-lhe todo o mal
para ensinar outra vez
os preceitos rituais
as regras da convivência
e as normas de conduta
– a justiça e as leis
das regiões siderais
a arte de bem viver
a fórmula da justiça
da alegria e da paz.
Jurupari contristado
viu que o povo sofria
falto de conhecimento
vivendo como animais.
Cheio de aporrinhação
farto de ouvir uis e ais
Jurupari meditou
sobre o seu nome e destino:
boca silente, reticente
que jamais tuge nem muge
que nunca diz chus nem bus
que não diz uste nem aste
cúmplice do mal do mundo.
Isto não quero ser mais.
Jurupari se enfurece
e rasga sem dó nem pena
a plumagem de metáforas
da linguagem angelical
escangalha o figurino
transgride os protocolos
e códigos celestinos
espezinha os floreios
da retórica divina.
Jurupari se revolta
e revoga seus decretos.
Resolve abrir o bico
arreganha a matraca
põe a boca no trombone.
Jurupari vira o jogo:
torna-se o linguarudo
desbocado
boquejante
boquirroto
boquinegro.
Tem puçanga na língua
o uirari das palavras
a mandraca da poesia
o feitiço da verdade
que embevece os justos
e arrebanha os humildes
e enlouquece os ouvintes
e amedronta os boçais.
Jurupari filosofa:
– Esta vida é um buraco
do buraco todos vêm
ao buraco todos vão.
E não escapa ninguém.
Buraco que come
buraco que caga
buraco que vê
buraco que ouve
buraco que fala
buraco que pensa
buraco que anda
buraco que sente
buraco que ama
buraco que sofre
buraco que chora
buraco que sonha...
Tome lengalenga
tome blablablá
tome nhenhenhém.
Jurupari desembucha,
escancara a bocarra,
solta a língua, rasga o verbo,
revela, desvela, esparra.
Clama e proclama
o seu evangelho
conta os segredos
desvenda os mistérios
– desencanta o mal.
Jurupari jurupi
Jurupari jurubi
Jurupari juraci
Jurupari jurucen
jurupuxi juruguera
jurubanga juruboca
Boca interditada
por leis e editais
boca lacrada
por lacres morais
boca selada
por falar demais
boca atarraxada
por conveniências
já não serei mais.
Sendo mister acabar
com a farsa milenar
derrotar a esfinge
matar a charada
decifrar o enigma
decantar o mistério
contar o segredo
quebrar o encanto
vencer o dragão
enganar o diabo
desafiar os deuses
dizer o indizível
com todas as letras,
o alcagüete dedura
a bocaina de Yanderu
o tohu e o bohu
o ninho do surucucu
a caverna de Platão
o buraco do tatu
o vazio dos místicos
o vácuo dos cientistas
o abismo teológico
o nada dos paspalhões
o ocão insofismável
a coisa intangível
a coisa imponderável
a coisa incognoscível
a coisa inefável
a coisa inominável
a coisa abominável
a coisa numinosa
a coisa secreta
a coisa misteriosa
a coisa terrível
a coisa maldita
a coisa vergonhosa
a coisa de Kant e Heidegger
a coisa de Freud e Lacan
a coisa em si
Jurupari desembesta
a falar a coisa a loisa
o treco o trem
o troço a joça
e berra
e ruge
e estruge
o cujo
o nome feio
o nome sujo
a palavrinha
o palavrão
* Poema do livro inédito "Terra Sem Mal"
DO BURACO NEGRO
No jargão da medicina, a palavra lume ou luz significa qualquer cavidade ou espaço vazio do corpo. A caverna primordial no corpo humano é o tubo neural, o canal da espinha.
Como ensinam os livros de embriologia, no princípio da formação do corpo, este canal é aberto nas extremidades, e tais aberturas correspondem ao ânus e à boca. Isso significa que no buraco negro, sujo e fedorento do corpo, está a luz primordial, que explica todos os mistérios.
Aqui é a casa da felicidade. Aliás, na medicina e no esoterismo chineses, considera-se que está em nosso dorso o Céu primordial, e que o seu lugar exato é a vesícula germinal, conforme dizem o I Ching e O segredo da flor de ouro, dois livros fundamentais.
Na ponta da espinha está o osso da alegria, o cóccix, pirâmide da vida. Entre os maias, K'ul era o nome do cóccix, e K'u designa o sagrado, e o Deus vivo, que habita em nosso rabo. Em inglês, jew bone, isto é, osso judeu, é um dos nomes do sacro, que está ligado ao cóccix. Sacro ou sagrado quer dizer intocável, separado...
Ao sacro e ao cóccix está ligado o maior nervo do corpo, o nervo ciático, que são dois, nascem em cada lado da porção sacrococcígea e se dirigem para os pés, em numerosas ramificações nervosas. São raízes, canais energéticos com a terra.
Na famosa luta entre Jacó e o anjo de Deus, este queria tocar-lhe o lugar sagrado, mas Jacó não permitiu; no embate, o anjo conseguiu tocar-lhe a cavidade lateral da coxa, onde passa o nervo que chamo iniciático.
Em hebraico, a palavra LUZ designa o cóccix e o centro da imortalidade, e LOZ significa posto à parte, separado, reservado, isolado, referindo-se ao sagrado ou à santidade.
Já disse e repito que o nefando é a tradução mais perfeita do inefável. Mais recentemente, confirmei esta assertiva ao verificar que o inominável, no dicionário, designa aquilo que não se diz, que não se pode ou não se deve dizer, e também algo vil, intolerável, repulsivo.
Isso fortalece a minha convicção de que somente por conveniências e interesses mesquinhos, escusos, é que o sagrado, definido como algo separado, isolado, tornou-se intocável, maldito, infame, vil, como diz um dicionário de latim.
Paradoxalmente, o sublime é algo magnífico, grandioso, nobre, elevado, que transcende o normal, o corriqueiro, mas também pode ser desprezível, vergonhoso, sórdido.
Como ensinam os livros de embriologia, no princípio da formação do corpo, este canal é aberto nas extremidades, e tais aberturas correspondem ao ânus e à boca. Isso significa que no buraco negro, sujo e fedorento do corpo, está a luz primordial, que explica todos os mistérios.
Aqui é a casa da felicidade. Aliás, na medicina e no esoterismo chineses, considera-se que está em nosso dorso o Céu primordial, e que o seu lugar exato é a vesícula germinal, conforme dizem o I Ching e O segredo da flor de ouro, dois livros fundamentais.
Na ponta da espinha está o osso da alegria, o cóccix, pirâmide da vida. Entre os maias, K'ul era o nome do cóccix, e K'u designa o sagrado, e o Deus vivo, que habita em nosso rabo. Em inglês, jew bone, isto é, osso judeu, é um dos nomes do sacro, que está ligado ao cóccix. Sacro ou sagrado quer dizer intocável, separado...
Ao sacro e ao cóccix está ligado o maior nervo do corpo, o nervo ciático, que são dois, nascem em cada lado da porção sacrococcígea e se dirigem para os pés, em numerosas ramificações nervosas. São raízes, canais energéticos com a terra.
Na famosa luta entre Jacó e o anjo de Deus, este queria tocar-lhe o lugar sagrado, mas Jacó não permitiu; no embate, o anjo conseguiu tocar-lhe a cavidade lateral da coxa, onde passa o nervo que chamo iniciático.
Em hebraico, a palavra LUZ designa o cóccix e o centro da imortalidade, e LOZ significa posto à parte, separado, reservado, isolado, referindo-se ao sagrado ou à santidade.
Já disse e repito que o nefando é a tradução mais perfeita do inefável. Mais recentemente, confirmei esta assertiva ao verificar que o inominável, no dicionário, designa aquilo que não se diz, que não se pode ou não se deve dizer, e também algo vil, intolerável, repulsivo.
Isso fortalece a minha convicção de que somente por conveniências e interesses mesquinhos, escusos, é que o sagrado, definido como algo separado, isolado, tornou-se intocável, maldito, infame, vil, como diz um dicionário de latim.
Paradoxalmente, o sublime é algo magnífico, grandioso, nobre, elevado, que transcende o normal, o corriqueiro, mas também pode ser desprezível, vergonhoso, sórdido.
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